Multimídia, Hipertexto e Hipermídia

Conheça a diferença entre esses termos cada vez mais utilizados.
multimidia
Segundo Levy (1999) o termo multimídia significa aquilo que emprega diversos suportes ou diversos veículos de comunicação. Com base nessa afirmação podemos perceber que multimídia é um termo bastante amplo, abrangendo todas áreas de nossas vidas.
Para ser mais claro, os "componentes" que formam o conceito de multimídia são: os sentidos (visão, audição, tato...), meios de comunicação (Televisão, rádio, jornal, internet...), tipos de representação (escrito, vídeo, áudio, imagem, símbolos...). Em resumo: multimídia é a utilização de múltiplos meios para realizar a comunicação.
A multimídia está presente no nosso cotidiano, aonde quer que olhemos podemos ver “recursos” que a compõe como CDs, DVDs, TVs interativas, vídeo games, celulares... Mas a WEB continua sendo o maior meio multimídia porque possibilita a criação, manipulação, armazenamento e busca por conteúdos dos mais variados tipos.
Sobre o hipertexto podemos considerá-lo como uma extensão ao formato de texto tradicional. Trata-se de um texto que podemos visualizar facilmente quando navegamos na internet e possui características únicas como, por exemplo, o aprendizado coletivo, cooperatividade e interatividade.
“As características do hipertexto (modularidade, virtualidade, multimodalidade, interatividade) revolucionaram a escrita e a leitura por causa da virtualidade, palavra que resume as potencialidades e as possibilidades oferecidas pela transformação de texto.” (COSTA, 2005)
Por utilizar um ambiente virtual, o hipertexto possui características únicas e consequentemente, vantagens únicas como, por exemplo, o acesso imediato, e praticamente ilimitado a grandes volumes de informação.
A hipermídia, de acordo com Vicente Gosciola (2004), é “o conjunto de meios que permite acesso simultâneo a textos, imagens e sons de modo interativo e não linear, possibilitando fazer links entre elementos de mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens e sons cuja sequência constituirá uma versão pessoal desenvolvida pelo usuário”.
Em outras palavras, hipermídia é o meio e a linguagem das “novas mídias” como, por exemplo, a internet, jogos, cinema 3D, vídeos interativos, TVs interativa. É praticamente uma “tendência” da tecnologia desenvolver, cada vez mais, novas ferramentas que trazem interatividade e dinamicidade para com o usuário.


Hipertexto e Hipermídia
A escrita evoluiu da completa linearidade, com o texto sem pontuação ou parágrafo, para uma organização em árvore, pela hierarquização de conteúdos. Sumários ou indicações de matérias, como jornais e revistas, perderam a materialidade do papel ao entrarem na rede, transformando-se em hipertextos com a ligação entre blocos de conteúdos, propiciando a cada usuário uma navegação pessoal. Como afirma Pierre  Levy33, o hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós são conteúdos apresentados em palavras, imagens, gráficos, sequências sonoras, textos mais complexos que, por sua vez, também podem se configurar em novos hipertextos. As enciclopédias também foram precursoras do hipertexto, permitindo ao leitor acessar conteúdos segundo seu interesse, sem necessidade de uma leitura contínua e linear. Com a possibilidade do texto digital, os blocos puderam ser organizados e associados a imagens e sons. A leitura do hipertexto passou a ser multimídia.
O cientista e professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) Vannevar Bush34 escreveu, em 1945, o artigo As we may think, em que falava do paradoxo, referindo-se, de um lado, à incrível capacidade de os seres humanos produzirem conhecimento e, de outro lado, à limitação para o acesso ao
conhecimento organizado. Ele imaginou uma máquina fantástica que pudesse armazenar todo o conhecimento humano sob a forma de textos, imagens fixas e em movimento e sons, que ele chamou de Memex, e que oferecia, também, a possibilidade de acessar as informações armazenadas rapidamente. Douglas Egelbart35, nos anos 60, desenvolve o projeto Augment, que é o primeiro sistema digital de produção coletiva baseado no hipertexto. Ele desenvolveu vários dispositivos como o sistema online, o mouse, o sistema de interface gráfica, o e-mail, o processador Word, entre outros. Se Bush idealizou a máquina, foi Egelbart quem a criou. Theodore Nelson36 apresentou em uma palestra o projeto Xanadu, em 1965. O projeto tinha muito da máquina de Bush,era um sistema para escrever e ler por meio de blocos de textos que o leitor poderia modificar se quisesse. Usou a expressão hi-pertexto para descrever essa ideia de uma escrita não sequencial, um texto que se bifurca e que permite ao leitor fazer escolhas para a sua leitura.
O hipertexto muda a relação de autor e leitor, de produção e consumo. Há uma redefinição dos papéis, e são desenvolvidas novas competências para a escrita e a leitura. A narrativa contempla diversos pontos de vista, não tem um começo e um final, possibilitando o diálogo. O leitor pode seguir os links de indicações de novas relações de conteúdo ou ignorá-las. O texto se constrói pelas escolhas, e o link, uma nova pontuação, remete o leitor para novas leituras. Vamos imaginar um mundo com imagens fixas e em movimento,
sons, textos em que é possível intervir, simultaneamente, em cada um desses estímulos em qualquer ordem. Os estímulos visuais e sonoros, no futuro, poderão incluir o olfato e o paladar. A hipermídia permite brincar, interagir com todos os estímulos, na sequência que se desejar, construindo um caminho próprio A hipermídia integra as características do hipertexto com o enfoque da multimídia interativa, oferecendo ao usuário uma nova forma de acessar a informação e gerar conhecimento. Vicente Gosciola37, professor e pesquisador do Centro Universitário Senac e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), define assim a hipermídia:
conjunto de meios que permite acesso simultâneo a textos, imagens e sons de modo interativo e não-linear, possibilitando fazer links entre elementos de mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens e sons cuja sequência constituirá uma versão pessoal desenvolvida pelo usuário. 
Para Gosciola, a hipermídia é o meio e a linguagem das “novas mídias”, às quais pertencem a internet, os jogos de computador, o cinema interativo, o vídeo interativo, a TV interativa, as instalações informatizadas  interativas e os sistemas de comunicação funcionais, entre outros, e suas respectivas interfaces. A capacidade de conteúdo da hipermídia é imensa. A forma de contar uma história real ou inventada é uma narrativa que em cada meio possui uma linguagem característica. É assim com o livro, com o cinema, com o radio e com a televisão. Os diferentes meios interferem na narrativa de seus antecessores. A hipermídia contempla as narrativas dos meios interativos que a compõem, e também cria uma narrativa diferente e peculiar. A hipermídia prevê a intervenção do usuário a cada momento. A interatividade é necessária para
compor um caminho não linear que o roteiro da hipermídia deve prever. Gosciola38 afirma que uma hipermídia de tamanho médio, com algo em torno de mil telas, traz muita dificuldade ao roteirista em
prever interação entre a obra e o utilizador, ou quais telas e em que ordem o utilizador seguirá. O roteiro tem o papel de definir os possíveis caminhos pelos quais o utilizador poderá circular. No livro Roteiro
para novas mídias – do game à TV interativa39, lanço a possibilidade de um modelo fundamentado no princípio da incerteza da física quântica, em que, por mais que o roteirista tente manter o controle dos caminhos traçados pelo utilizador, é impossível saber quando ele passará por um determinado conteúdo.
As diversas mídias atingem cada vez mais rápido um número maior de pessoas. Nos Estados Unidos, para atingir 50 milhões de usuários o rádio levou 38 anos, a TV de sinal aberto levou 13 anos, a paga 10 e a internet apenas 5 anos. O game, ou jogo, foi uma das primeiras experiências de interatividade na programação de TV convencional. A inspiração da narrativa da hipermídia também são os jogos.

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