Português - Redação para Concursos I

Caríssimos, minha proposta nesse artigo é afastar o fantasma que se cria em torno da produção de textos, mais especificamente da prova de redação dissertativa. Tenho verificado, nos encontros de redação, que há falta de domínio da estrutura do texto dissertativo-argumentativo; o produtor do texto domina o conteúdo teórico (nas provas discursivas), tem conhecimento do tema, do conteúdo a ser discutido, todavia desconhece a forma de estruturá-lo. Com o intuito de auxiliá-los nessa árdua tarefa, passarei algumas dicas que lhes poderão ser úteis numa situação de concursos, por exemplo. As questões discursivas também seguem a orientação dos textos dissertativos, considerando-se que a estrutura – introdução, desenvolvimento, conclusão - está presente na articulação de todos os textos.

TEXTO DISSERTATIVO / ARGUMENTATIVO

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.

Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.

introdução, que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma tese ou a idéia principal do texto.

Teatro e escola, em princípio, parecem ser espaços distintos, que desenvolvem atividades complementares diferentes. Em contraposição ao ambiente normalmente fechado da sala de aula e aos seus assuntos pretensamente “sérios” , o teatro se configura como um espaço de lazer e diversão. Entretanto, se examinarmos as origens do teatro, ainda na Grécia antiga, veremos que teatro e escola sempre caminharam juntos, mais do que se imagina.(tese)

desenvolvimento, formado pelos parágrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada parágrafo, é apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relações de causa e efeito ou comparações entre situações, épocas e lugares diferentes, pode também se apoiar em depoimentos ou citações de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatísticos, pesquisas, alusões históricas.

O teatro grego apresentava uma função eminentemente pedagógica. Com sua tragédias, Sófocles e Eurípides não visavam apenas à diversão da platéia mas também, e sobretudo, pôr em discussão certos temas que dividiam a opinião pública naquele momento de transformação da sociedade grega. Poderia um filho desposar a própria mãe, depois de ter assassinado o pai de forma involuntária (tema de Édipo Rei)? Poderia uma mãe assassinar os filhos e depois matar-se por causa de um relacionamento amoroso (tema de Medeia e ainda atual, como comprova o caso da cruel mãe americana que, há alguns anos, jogou os filhos no lago para poder namorar livremente)?
Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. “Ir ao teatro”, para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.
Deixando de lado as diferenças obviamente existentes em torno dos gêneros teatrais (tragédia, comédia, drama), em que o teatro grego, quanto a suas intenções, diferia do teatro moderno? Para Bertold Brecht, por exemplo, um dos mais significativos dramaturgos modernos, a função do teatro era, antes de tudo, divertir. Apesar disso, suas peças tiveram um papel essencial pedagógico voltadas para a conscientização de trabalhadores e para a resistência política na Alemanha nazista dos anos 30 do século XX.
O teatro, ao representar situações de nossa própria vida – sejam elas engraçadas, trágicas, políticas, sentimentais, etc. – põe o homem a nu, diante de si mesmo e de seu destino. Talvez na instantaneidade e na fugacidade do teatro resida todo o encanto e sua magia: a cada representação, a vida humana é recontada e exaltada. O teatro ensina, o teatro é escola. É uma forma de vida de ficção que ilumina com seus holofotes a vida real, muito além dos palcos e dos camarins.


Conclusão, que geralmente retoma a tese, sintetizando as idéias gerais do texto ou propondo soluções para o problema discutido. Mais raramente, a conclusão pode vir na forma de interrogação ou representada por um elemento-surpresa. No caso da interrogação, ela é meramente retórica e deve já ter sido respondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citação científica, filosófica ou literária, em uma formulação irônica ou em uma idéia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, dê novos significados ao texto.

Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, é inegável. A escola sempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagem própria, complementa o trabalho de gerações de educadores, preocupados com a formação plena do ser humano. (conclusão)
Quisera as aulas também pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenários, o cuidado com os figurinos, o envolvimento da música, o brilho da iluminação, a perfeição do texto e a vibração do público. Vamos ao teatro! (elemento-supresa)

( Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Português).


Atenção: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma ser impessoal, objetiva e denotativa. Mais raramente, entretanto, há a combinação da objetividade com recursos poéticos, como metáforas e alegorias. Predominam formas verbais no presente do indicativo e emprega-se o padrão culto e formal da língua.


O PARÁGRAFO
Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.
Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma idéia-núcleo, que é desenvolvida por idéias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou idéia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a idéia-núcleo, as idéias secundárias (que desenvolvem a idéia-núcleo), a conclusão. Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.

A seguir, apresentarei o espelho de correção de redação da CESPE, adotado no concurso de 2002. A faixa de valores dos itens analisados sofre alteração a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais são variáveis na maneira como são expostos. No entanto, os espelhos não fogem ao padrão pré-determinado.



ESPELHO DA AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA- MODELO CESPE/UnB

Aspectos macroestruturais nota obtida faixa de valores

APRESENTAÇÃO TEXTUAL
Legibilidade (0,00 a 2,00)
Respeito às margens e indicação de parágrafos (0,00 a 2,00)

ESTRUTURA TEXTUAL (dissertativa)
Introdução adequada ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)
Desenvolvimento (0,00 a 4,00)
Fechamento do texto de forma coerente (0,00 a 4,00)

DESENVOLVIMENTO DO TEMA
Estabelecimento de conexões lógicas entre os argumentos (0,00 a 4,00)
Objetividade de argumentação frente ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)
Estabelecimento de uma progressividade textual em relação
à seqüência lógica do pensamento (0,00 a 4,0
Aspectos microestruturais

Tipo de erro 123456789 0123456789 0123456789 0123456789 0123456
Pontuação
Construção do período
Emprego de conectores
Concordância nominal
Concordância verbal
Regência nominal
Regência verbal
Grafia/acentuação
Repetição/omissão vocabular
Outros

Nota no conteúdo (NC) NC=5 : 28 x (soma das notas dos quesitos)
Número de linhas efetivamente ocupadas (TL)
Número de erros (NE)
NOTA DA PROVA DISCURSIVA (NPD): NPD=NC – 3 x NE : TL


A seguir, apresentarei a estrutura textual dissertativa, a partir dos dados do espelho de correção da prova discursiva, seguindo a orientação do professor Fernando Moura (Nas Linhas e Entrelinhas).

ESTRUTURA TEXTUAL DISSERTATIVA
1. Bases Conceituais

PARTE I – O conteúdo da redação
a) Apresentação Textual
- Legibilidade;
Legibilidade e erro: escreva sempre com letra legível. Prefira a letra cursiva. A letra de imprensa poderá ser usada desde que se distinga bem as iniciais maiúsculas e minúsculas. No caso de erro, risque com um traço simples, o trecho ou o sinal gráfico e escreva o respectivo substituto.

Atenção: não use parênteses para esse fim.

- Respeito às margens e indicação dos parágrafos;
Para dar início aos parágrafos, o espaço de mais ou menos dois centímetros é suficiente. Observe as margens esquerda e direita na folha para o texto definitivo. Não crie outras. Não deixe “buracos” no texto. Na translineação, obedeça às regras de divisão silábica.

-Limite máximo de linhas;
Além de escrever seu texto em local devido (folha definitiva), respeite o limite máximo de linhas destinadas a cada parte da prova, conforme orientação da banca. As linhas que ultrapassarem o limite máximo serão desconsideradas ou qualquer texto que ultrapassar a extensão máxima será totalmente desconsiderado.

-Eliminação do candidato;
Seu texto poderá ser desconsiderado nas seguintes situações:
- ultrapassagem do limite máximo de linhas.
- ausência de texto: quando o candidato não faz seu texto na FOLHA PARA O TEXTO DEFINITIVO.
- fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto em conformidade com as orientações explicitadas no caderno da prova discursiva.
- registros indevidos: anotações do tipo “fim” , “the end”, “O senhor é meu pastor, nada me faltará” ou recados ao examinador, rubricas e desenhos.


b) Estrutura Textual Dissertativa
Não dê título ao texto, começa na linha 1 da folha definitiva o seu parágrafo de introdução.


Estrutura clássica do texto dissertativo
b.1) Introdução adequada ao tema / posicionamento
Apresenta a idéia que vai ser discutida, a tese a ser defendida. Cabe à introdução situar o leitor a respeito da postura ideológica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tese e as generalidades que serão aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante é que a sua introdução seja completa e esteja em consonância com os critérios de paragrafação. Não misture idéias.

b.2) Desenvolvimento
Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as idéias e exemplificando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento em favor da tese. Cada parágrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras:
- Estabelecimento das relações de causa e efeito: motivos, razões, fundamentos, alicerces, os porquês/ conseqüências, efeitos, repercussões, reflexos;
- Estabelecimento de comparações e contrastes: diferenças e semelhanças entre elementos – de um lado, de outro lado,em contraste, ao contrário;
- Enumerações e exemplificações: indicação de fatores, funções ou elementos que esclarecem ou reforçam uma afirmação.

b.3) Fechamento do texto de forma coerente
Retoma ou reafirma todas as idéias apresentadas e discutidas no desenvolvimento, tomando uma posição acerca do problema, da tese. É também um momento de expansão, desde que se mantenha uma conexão lógica entre as idéias.

c) Desenvolvimento do Tema
c.1) Estabelecimento de conexões lógicas entre os argumentos.
Apresentação dos argumentos de forma ordenada, com análise detida das idéias e exemplificação de maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexões entre períodos, parágrafos e argumentos, empregar os elementos responsáveis pela coerência e unicidade, tais como operadores de seqüenciação, conectores, pronomes. Procurar garantir a unidade temática.

c.2) Objetividade de argumentação frente ao tema / posicionamento
O texto precisa ser articulado com base nas informações essenciais que desenvolverão o tema proposto. Dispensar as idéias excessivas e periféricas. Planejar previamente a redação definindo antecipadamente o que deve ser feito. Recorrer ao banco de idéias é um passo importante. Listar as idéias que lhe vier à cabeça sobre o tema.. Estabelecer a tese que será defendida. Selecionar cuidadosamente entre as idéias listadas, aquelas que delimitarão o tema e defenderão o seu posicionamento.

c.3) Estabelecimento de uma progressividade textual em relação à seqüência lógica do pensamento.
O texto deve apresentar coerência seqüencial satisfatória. Quando se proceder à seleção dos argumentos no banco de idéias, deve-se classificá-los segundo a força para convencer o leitor, partindo dos menos fortes parta os mais fortes.


Caríssimos, é possível ( e bem mais tranqüilo) desenvolver um texto dissertativo a partir da elaboração de esquemas. Por mais simples que lhes pareça, a redação elaborada a partir de esquema permite-lhes desenvolver o texto com seqüência lógica, de acordo com os critérios exigidos no comando da questão (número de linhas, por exemplo), atendendo aos aspectos mencionados no espelho de avaliação. A professora Branca Granatic (Técnicas Básicas de Redação) oferece-nos a seguinte sugestão de esquema:

SUGESTÃO DE PRODUÇÃO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMAS

ESQUEMA BÁSICO DA DISSERTAÇÃO

1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
2° parágrafo :desenvolvimento do argumento 1
3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2
4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3
5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final.

EXEMPLO:
TEMA: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.

POR QUÊ?
*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria.
*arg. 2: A paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais.
*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

Texto definitivo
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.
Além disso, nesta últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou.
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.

Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não há como se perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que a introdução apresenta, de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a conclusão sempre retoma a idéia apresentada na introdução, reafirmando-a, apresentando propostas, soluções para o caso apresentado. Com essa noção clara, de estrutura de texto, também é possível melhorar o seu desempenho nas provas de compreensão e interpretação de textos.
Para os candidatos que pretendem se candidatar a um concurso que tenha questão discursiva, redação argumentativa , eis alguns modelos de provas.



MODELOS DE PROVA DISCURSIVA

Concurso Público – Aplicação: 27/1/2002 // UnB/CESPE//Cargo: Agente da Polícia Federal

Textos de base

A sociedade organizada segundo os parâmetros do dinheiro e do trabalho, ao mesmo tempo que cria a figura do trabalhador, cria também a figura do vagabundo, do delinqüente, do trabalhador que não deu certo e que freqüentemente “esbarra” na lei, do criminosos em potencial. Essas são as pessoas que estarão mais sujeitas à perseguição e à punição. (Andréa Buoro et al . Violência urbana- dilemas e desafios)


Art.5º Todos são iguais perante a lei; sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade,à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
(Constituição da República Federativa do Brasil, 1988)

Proposta: considerando que as idéias apresentadas acima e nos textos da prova objetiva têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca do seguinte tema:
O combate à violência deve ser feito com
imparcialidade e respeito ao ser humano.



Obs.: Utilize, no mínimo, trinta e, no máximo, sessenta linhas. Qualquer prova com extensão aquém da mínima de trinta linhas efetivamente escritas será apenado e qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de sessenta linhas será desconsiderado.




Outros temas:

Proposta: “A sociedade não é o retrato apenas de seus governantes, é o retrato de seus cidadãos, em destaque, de suas elites. É o nosso retrato, do Brasil todo, de todos nós”(Sérgio Abranches) – com fragmentos com caráter unicamente motivador. UnB ; CESPE –aplicação 10/10/2004 – cargo: Escrivão de Polícia Federal

Proposta: “Tomando como motivadores o texto inicial da prova objetiva de Conhecimentos Básicos e os excertos acima, redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca das vantagens de utilização da tecnologia na educação, em um contexto sociocultural em que é elevado o número de analfabetos. UnB /CESPE –aplicação 30/5/2004 – cargo Papiloscopista Policial Federal.

Proposta: “ Redija um texto dissertativo, posicionando-se a respeito do seguinte enunciado: CONTRA FATOS, NÃO HÁ ARGUMENTOS.Em sua argumentação, refira-se, necessariamente, ao que expressam as figuras acima” . UnB / CESPE –aplicação 9/10/2004 – cargo: Perito Criminal Federal.

Caríssimos, as grades de correção apresentadas neste artigo não são divulgadas no edital de concursos. O acesso a elas só é possível mediante pedido de recurso, momento em que a instituição (algumas) disponibiliza ao candidato a cópia da redação e a grade utilizada para a correção. Daí termos acesso a mais uma grade utilizada no concurso promovido pela ESAF.

GRADE PARA CORREÇÃO DE REDAÇÃO DO CONCURSO PARA AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL / MG / 2005

LÍNGUA PORTUGUESA

I – DOMÍNIO DAS CONVENÇÕES ORTOGRÁFICAS

A – Erros de Acentuação Gráfica
O – Erros de Ortografia

II – ESTRUTURA DO PERÍODO

SC – Sintaxe de construção ( frases truncadas, ruptura do fio sintático)
CO – Concordância
RG – Regência
MS – Morfossintaxe (emprego das classes de palavras, sintaxe de colocação, flexão das classes de palavras, colocação, conjugação verbal, etc)

VO – Vocabulário (emprego do léxico)
PO – Pontuação

III – ASPECTOS TEXTUAIS

DES – desenvolvimento do tema (compreensão e conhecimento do tema)
SEQ – seqüência das idéias (seqüência lógica, idéias conexas)
QUA – qualidades estilísticas do texto (clareza, concisão, objetividade).


CONTEXTO
O alvo errado do plebiscito

O Congresso discute a forma do plebiscito que pode proibir a venda legal de armas para civis. No entanto, números levantados por VEJA sugerem que o problema do comércio de armas clandestinas, a maioria contrabandeada, é estratosfericamente maior que o das vendas legais

ARMAS NOVAS VENDIDAS LEGALMENTE A PESSOAS FÍSICAS EM 2004 (o objeto de proibição do plebiscito) – 7219 armas.

NÚMERO DE ARMAS ILEGAIS EM CIRCULAÇÃO NO PAÍS - 8,7 milhões de armas.

CUSTO MÍNIMO DO PLEBISCITO - 200 milhões de reais. O valor é maior que toda verba destinada ao Fundo Nacional de Segurança Pública neste ano.

· Além de civis, inclui a compra particular por policiais, promotores e juízes.
· Estimativa com base no número de armas ilegais apreendidas pela polícia.

TEMA: Você é a favor ou contra a comercialização de armas no Brasil?

Quanto aos temas, podem ser abertos (texto de opinião) ou vinculados à natureza do concurso, que determina a seqüência do texto:

Concurso realizado pela FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS
Prova Discursiva – Cargo : Analista Judiciário – Área Administrativa – TRE / GO

O que mais irrita as pessoas no trato com o governo é a arrogância da burocracia. As pessoas, hoje em dia, querem ser valorizadas como clientes. Mesmo por parte do governo. (Osborne E.Gaeble,1994,181)


Proposta: Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo a respeito da administração pública enfocando necessariamente os seguintes aspectos:
· o governo sob a ótica da gestão tradicional;
· a evolução da estrutura de mecânica para a orgânica;
· a evolução do sistema de gestão governamental em busca de resultados para as suas tomadas de atitude e em prol da satisfação do cliente.

Obs.: Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de trinta linhas será desconsiderado.


Finalmente
Caríssimos, acredito ter atingido meu objetivo neste artigo Parte I , que era convencê-los de que as provas discursivas não são tão preocupantes a ponto de os candidatos desistirem do concurso. Basta seguir a orientação dada, com conhecimento prévio do que será avaliado no texto, que a nuvem negra da insegurança se dissipará. Mas não basta ler as orientações, há que se praticar também. Na seqüência, Parte II, pretendo mostrar os elementos de coesão, a coerência argumentativa e os aspectos formais do texto. Também passarei outro modelo de questão discursiva, concurso MPOG por exemplo.

Minha proposta agora é MÃOS À OBRA. Sirvam-se dos temas dados e façam a sua redação, marquem o tempo dispensado para a criação do seu texto e não se esqueçam de que o primeiro trabalho nem sempre é o melhor, reescrevam-no, passem a limpo. Afinal, aprende-se a escrever lendo e escrevendo, nem que seja reescritura de textos (paráfrase). Acreditem em vocês, eu acredito.
Um grande abraço a todos.

Comentários

Carina Luna disse…
ADOREI!!!!
MUITO BOM.
Esclareceu bastante as minhas dúvidas.
Anônimo disse…
Obrigado,
Ajudou muito...
(Bruno - Rio de Janeiro)
Fátima Andrade disse…
Adorei as da dicas, porém gostaria muito de ter algumas ideiasde redacao dissertiva sobre Fronteira e Globalizacao, Identidades e Culturas, Práticas economicas, Movimentos migratórios, em regiao de Fronteira, Conflitos e solidariedade, Turismo em regiao de fronteira, Linguagem e cidadania em fronteira, Territorialidade na fronteira, Gestao de recursos naturais nna fronteira, Políticas, Estratégias e Relacoes Internacionais,etc.....de preferencia na Fronteira Brasil-Bolívia..
agradeco antecipadamente

sds/Fátima Andrade
Unknown disse…
Gostei muito,pois, pude compreender melhor a estrutura do texto dissertativo.

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