Resumo das Revistas da Semana 04/08/2014


O ataque da guerrilha digital
Petistas se escondem sob o anonimato da internet para espalhar calúnias sobre adversários. O mais grave: usam recursos públicos
A internet se estabeleceu como o campo das batalhas políticas mais sujas das campanhas eleitorais deste ano. Espalham-se mentiras, em formato de memes — vídeos, fotos e frases virais —, por redes sociais, blogs e sites criados exclusivamente para tal. Nessa guerra virtual os guerrilheiros digitais utilizam técnicas on-line condenáveis, como a elaboração de perfis falsos no Facebook, a manipulação de verbetes do site Wikipedia e fazendas de links (a proliferação automática de sites para aumentar a relevância do conteúdo on-line). Na semana passada, veio à tona um caso que mostra que petistas chegam a usar recursos públicos, pagos com dinheiro de contribuintes, em suas artimanhas digitais. Ao menos onze computadores do Planalto foram utilizados, entre 2008 e 2014, para editar artigos na enciclopédia virtual Wikipedia em prol da presidente Dilma Rousseff e de seu ex-mi-nistro da Saúde Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo. Não se trata de prática isolada. Documentos a que VEJA teve acesso, que contêm uma série de processos judiciais que correm em segredo de Justiça, revelam que as quadrilhas têm como praxe usufruir a máquina pública para disseminar mentiras pela internet.
No caso da enciclopédia Wikipedia, cruzaram-se endereços de IP (o número de registro virtual de cada computador) utilizados para alterar páginas do site — onde qualquer um pode editar os verbetes — com informações do Serviço Federal de Processamento de Dados e da Presidência da República. Detectaram-se inclusão de elogios e exclusão de críticas a petistas, além de ataques ao ex-governador de São Paulo José Serra, feitas por IPs de computadores do Palácio do Planalto. Em 2013, por exemplo, uma conexão de internet da Presidência foi usada para remover trecho do verbete sobre Padilha, no qual o ex-ministro é colocado como alvo de investigações por suspeitas de irregularidades na Funasa em 2004, quando era diretor do órgão, e para incluir elogios ao programa federal Mais Médicos.
Os processos judiciais analisados por VEJA mostram quão comum é a utilização de recursos públicos para a criação de perfis falsos e notícias caluniosas. A ex-funcionária pública Natalv Galdino Diniz. depois exonerada do cargo, acessava computadores da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Guarulhos para administrar perfis falsos do senador Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB, no Facebook. Por eles, falava como se fosse Aécio. Nataly é nora do vereador petista Samuel Vasconcelos.
Em outro caso, Alessandro Biazzi Couto, funcionário da Eletrobras, é suspeito de utilizar máquinas da estatal federal para gerenciar softwares que postavam automaticamente comentários caluniosos contra Aécio. Ele faria parte de um grupo de guerrilheiros digitais que incluiria ainda uma professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que atuava por meio de computadores da instituição. Há ainda casos similares ao menos na Universidade de São Paulo e na Universidade Federal de Juiz de Fora. Disse a advogada Juliana Abrusio, do escritório Opice Blum, especializado em direito digital e que atende Aécio: "Há um padrão de atuação que mostra que essas ações são orquestradas de forma profissional. Merece atenção por frequentemente se identificar desvio de recursos públicos, humanos e técnicos, para promover campanhas on-line ilegais".
No feriado de Páscoa deste ano, o PI organizou o evento Camping Digital, en São José dos Campos (SP), no qual ensi nou militantes a espalhar elogios a Dilm Rousseff e mentiras sobre adversário. Uma das táticas é a instalação do sistem operacional Linux Tails e do navegador de internet Tor, que mascaram IPs de computadores que acessam a internet. Partidos chegam a remunerar militante dedicados à propagação de memes pela internet. Há processos em andamenh sob sigilo de Justiça, que investigam sites preferidos pelos militantes virtuais (veja o quadro na pág. 68). Um é o Muda Mais, da campanha de Dilma. O endereço foi hospedado em provedor estrange ro para manter o anonimato do dono d site e servir de subterfúgio para a prop; ganda eleitoral antecipada do PT. Após liberação oficial da campanha, a págir passou a exibir como titular a Polis Pr paganda. do marqueteiro João Santana É natural que o meio de comunicaçi mais usado no planeta sirva de palco p ra o debate político. Só se deve cuid para que elementos intrínsecos da rec como a facilidade de opinar sobre tudo sem se identificar, não virem arma pa que militantes, sob o manto do anonim to, disseminem mentiras que podem cc fundir eleitores. Ainda mais danoso detectar que a guerrilha digital tem uti zado recursos públicos para alimenl suas estratégias. Nos Estados Unid ocorreu algo similar. Revelou neste ano que membros do Cc gresso usavam o acesso à int net da Casa para editar verbe no Wikipedia de forma joco Entre as alterações, o ex-secretário de Defesa americano Donald Rumsfeld passou a ser d crito como um "lagarto alien c se alimenta de bebês mexicanos". No caso americano, ach se solução: foi desenvolvido software que detecta qual um IP do Congresso edita na Wikipedia, e as alterações são exibidas no Twitter. No Brasil, um usuário do Twitter te fazer o mesmo em um pe criado na semana passada.



ÉPOCA
ISTOÉ

ISTOÉ DINHEIRO

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