Comparação Internacional - Banda Larga Móvel e Fixa
Juntamente
com a telefonia móvel, o serviço de banda larga (que, na definição original
proposta pela União Internacional de Telecomunicações – UIT, consiste na oferta
de transmissão e recepção de dados com velocidades superiores a 64 kbps[1])
conforma um dos serviços que mais se desenvolveu no mundo recentemente. A
definição de banda larga é um pouco divergente, uma vez que as tecnologias
estão evoluindo e elevando as velocidades mínimas de transmissão. Desde 2010, o
Federal Communications Commission –
FCC considera banda larga como sendo o serviço de transmissão de dados com
taxas mínimas de 4 mbps de download e
1 mbps de Upload (antes disso o
conceito de banda larga consistia em serviço de transmissão de dados com
velocidade superior a 200 kbps em qualquer direção).
Segundo a UIT,
hoje a banda larga pode compreender conexões à internet que variam de cinco
vezes até 2.000 vezes mais rápido do que as tecnologias anteriores de internet dial-up (64kbps). No entanto, o termo
banda larga não se refere a uma determinada velocidade ou a um serviço
específico. Banda larga combina capacidade de conexão e velocidade. A
Recomendação I.113 da UIT Setor da Normalização define banda larga como uma “capacidade de transmissão que é mais rápida do
que a taxa principal da rede digital de serviços integrados (RDSI) em 1,5 ou
2,0 Megabits por segundo (Mbps)” [ITU, 2014]. Já a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) utiliza como critério de banda
larga acessos com velocidades superiores a 256 kbps [OCDE, 2010].
Segundo o
Secretário Geral da UIT, Dr Hamadoun I. Touré, no “(...) século 21, a preços acessíveis, redes de banda larga ubíqua serão
tão críticas para a prosperidade econômica e social como as redes de
transportes, água e energia. Não só a banda larga proporcionará benefícios em
todos os setores da sociedade, mas também ajudará a promover o desenvolvimento
social e econômico, e será fundamental para nos ajudar a conseguir cumprir os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.” [TOURÉ, 2014].
De fato, o
mercado de banda larga fixa, por exemplo, mais que triplicou nos últimos nove
anos. De um total de 160 milhões de acessos fixos em 2004[2],
sendo 25 acessos por 1.000 habitantes, o mercado global terminou o ano de 2013
com uma estimativa total de aproximadamente 673 milhões de acessos fixos[3],
com 95,3 acessos por 1.000 habitantes[4].
Isso permite dizer que o mercado global de internet fixa, ao menos no que tange
a número de acessos, atingiu um patamar de mercado em desenvolvimento, ainda
que não esteja presente em todos os domicílios no mundo, em especial em países
subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Segue abaixo previsão[5]
de crescimento de acessos em banda larga fixa considerando o critério de banda
larga como acessos com velocidades superiores a 256 kbps em qualquer das
direções de tráfego de dados (download
ou upload).
Figura
1 – Projeção de acessos de banda larga fixa
no mundo (em milhões)
Para o mercado
de banda larga móvel, verifica-se um cenário ainda mais expressivo de
crescimento. De um total de 268 milhões de acessos móveis em 2007[6],
sendo 25 acessos por 1.000 habitantes, o mercado global terminou o ano de 2013
com uma estimativa total de aproximadamente 1.930 milhões de acessos móveis em
banda larga[7].
Isso permite dizer que o mercado global de internet móvel tem uma facilidade de
adoção muito maior que as redes fixas. Abaixo segue previsão de crescimento de
acessos em banda larga móvel e fixa (ainda é ilustrado no gráfico o crescimento
de assinantes de telefonia móvel e de dispositivos móveis, tablets, laptops e
roteadores móveis).
Figura
2 – Projeção de acessos (em bilhões)
|
Mais que o
crescimento acentuado do número de acessos, destaca-se o desenvolvimento da
própria utilização dos acessos, passando de um perfil de mera telefonia móvel
para um conceito de telecomunicação móvel. Isso deve-se ao próprio
desenvolvimento e à sofisticação dos acessos em si, que passaram a oferecer
aplicações e interfaces para permitir aos usuários uma vasta gama de formas de
interação e comunicação.
Nesse cenário,
o mercado brasileiro se apresenta de forma destacada. Segundo a UIT, em 2012 o
mercado brasileiro era de aproximadamente 73 milhões de acessos de banda larga móvel,
o que equivalia a 4,88% do mercado mundial[8],
cujo valor absoluto atingiu 1,5 bilhão de acessos. Isso colocou o Brasil na 6ª
posição global como maior mercado de telecomunicação móvel em valores absolutos,
atrás apenas de EUA, China, Japão, Indonésia e Rússia.
Os gráficos
abaixo mostram os principais mercados internacionais em número de acessos de
banda larga fixa e móvel no ano de 2012. O somatório da participação destes 20
principais mercados perfez 82,4% do mercado global em 2012. Considerados os
acessos fixos e os móveis, o Brasil ocupa a 9ª posição no ranking mundial,
atrás de China, EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido Rússia e Coreia do
Sul.
Figura
3 – Distribuição de acessos de banda larga
fixa e móvel por país
Figura
4 – Distribuição dos acessos de banda larga
fixa
Figura
5 – Distribuição dos acessos de banda larga móvel
Mais de 673
milhões de acessos de banda larga fixa, em 2013, estavam ligados à rede ao
redor do mundo, mas a velocidade de acesso variava desde dial-up até conexões de fibra óptica. Abaixo pode-se observar a
média das velocidades de banda larga anunciadas nos países membros da OCDE.
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